21 de setembro de 2020
Longevidade vem de dentro: como a microbiota influencia na qualidade de vida

by:Caffeine Academy

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A microbiota ou flora intestinal é composta em sua maioria por bactérias e, até então, cerca de 1.000 espécies já são conhecidas. Embora a maioria das pessoas desconheça sua importância, esses micróbios exercem funções essenciais, como digestão de alimentos, remoção de toxinas, manutenção do sistema imunológico e produção de vitaminas B e K.

Além dessas “bactérias boas”, a microbiota contém pequenas quantidades de “bactérias ruins” que precisam ser mantidas em controle. Além da má alimentação, outros fatores podem promover um desequilíbrio da população intestinal, como:

  • Abuso de álcool e drogas;
  • Estresse;
  • Doenças;
  • Perda e ganho de peso;
  • Envelhecimento.

Álcool e cigarro causam desequilíbrios da microbiota

A flora intestinal de cada pessoa é única, entretanto, certas combinações de micróbios e uma mistura deles, agem como marcas registradas de um intestino saudável. Estudos recentes agora mostram que a microbiota humana é um elemento chave para uma variedade de doenças individuais.

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Uma das pesquisas mais recentes, intitulada de Human genetic determinants of the gut microbiome and their associations with health and disease: a phenome-wide association study, analisou as associações entre determinantes genéticos do microbioma e a presença de saúde e seus determinantes (ausência de doença, biomarcadores e alimentação).

"Pesquisas anteriores mostraram que a composição do microbioma intestinal humano pode ser parcialmente explicada por variantes genéticas. Portanto, em vez de medir diretamente a composição do microbioma, usamos alterações genéticas para estimar sua composição.", explica Hilde E. Groot, autora do estudo e professora na Universidade de Groningen.

Resultados

Participaram da pesquisa 422.417 indivíduos, sem nenhum tipo de parentesco, que se submeteram à genotipagem para identificar sua composição genética. Também houve uma coleta de informação sobre doenças, índice de massa corpórea (IMC) e pressão arterial.

Foram identificados níveis mais elevados de onze bactérias - estimadas a partir de dados genéticos -, sendo associadas a 28 desfechos de boa saúde e doenças. Veja abaixo os resultados das principais análises:

  • Níveis elevados do gênero Clostridium foram associados a diminuição do risco de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e atopia;
  • Níveis elevados da espécie Clostridium xylanovorans foram associados a uma diminuição na frequência cardíaca de repouso e IMC;
  • Níveis elevados de metanobactérias determinados em nível familiar foram associados a um aumento na frequência de ingestão de álcool;
  • Níveis elevados da espécie Ruminococcus flavefaciens foram associados a um risco aumentado de hipertensão;
  • Níveis elevados da espécie Lactivibrio alcoholicus foram associados a uma diminuição na contagem de linfócitos (células de defesa).

De acordo com os pesquisadores, os resultados clínicos mostram que a microbiota intestinal pode ser usado como um biomarcador na estratificação do risco de doenças, bem como apontar para novas possibilidades de tratamento terapêutico.

Cuidados com a sua microbiota

 

Alimentação saudável é fundamental para uma boa microbiota

Apesar do fator genético exercer grande influencia na população intestinal, os fatores externos contribuem ainda mais para a saúde do intestino. Por isso, é muito importante manter alguns cuidados, principalmente, com a alimentação.

A primeira dica é: evite açúcar, pois as bactérias ruins adoram açúcar e se alimentam dele. Dê preferência por mais alimentos integrais e ricos em fibras, por exemplo, folhas, nozes, aveia, ameixa e raízes.

Existem também alguns suplementos nutricionais que ajudam a manter o equilíbrio intestinal, como probióticos, prebióticos e colágeno. E claro, não se esqueça de se hidratar com frequência.

Autor:
Caffeine Academy