18 de maio de 2021
Sobre insulina e resistência à insulina

by:Caffeine Academy

O que você vai ler aqui:

A palavra ‘insulina’ logo nos remete a açúcar, mas você sabe como este hormônio age e sob quais perspectivas seus níveis oferecem benefícios e malefícios para o pleno funcionamento do seu corpo?

A insulina é um hormônio importante no controle de muitos processos corporais. Contudo, o mal funcionamento deste hormônio pode desencadear muitos problemas de saúde modernos.

O que é insulina?

Produzida pelo pâncreas, a insulina é responsável por controlar o nível de glicose (açúcar) no sangue. Isso porque nossas células são impermeáveis a glicose, assim a insulina atua como uma chave para a glicose entrar nas células e ser utilizada como fonte de energia.

Principais funções da insulina

E embora a insulina esteja principalmente envolvida no controle do açúcar no sangue, esse não é o único papel da substância, que também é essencial para a construção muscular e tem papel muito importante para nossa saúde

A insulina também afeta o metabolismo de gorduras e proteínas, leia o conteúdo completo e entenda como. Mas explicando basicamente, quando você faz uma refeição que contém carboidratos, o nível de açúcar no sangue (glicemia) sobe.

As células do pâncreas percebem esse aumento e liberam insulina no sangue para regular a glicemia. A insulina então viaja pela corrente sanguínea, dizendo às células para coletar o açúcar do sangue, em forma de glicogênio, como combustível.

Quando os estoques de glicogênios estão completos, a insulina faz com que o açúcar excedente na corrente sanguínea seja armazenado como forma de gordura corporal, para ser utilizado posteriormente como fonte de energia.

No entanto, às células podem apresentam maior dificuldade para entrada da insulina, processo chamado de resistência à insulina.

Como ocorre a resistência à insulina?

Como o próprio nome já diz, a resistência à insulina acontece quando os níveis ideais de glicose não adentram nas células e se acumulam na corrente sanguínea. Isto se torna um problema para sua saúde, pois os tecidos não estão acostumados com uma quantidade mais elevada de glicose, desencadeando uma série de complicações.

A principal delas é a obesidade. Com o ganho de peso há o aumento do tecido adiposo, o que faz com que o pâncreas tenha necessidade de produzir insulina e, com isso, o ciclo da resistência insulínica se inicie.

Sob essa condição, quanto mais insulina é produzida, mais as células tendem a se proteger do excesso dela, e mais aumenta a resistência insulínica. Até o momento em que o pâncreas não consegue produzir mais insulina, e é neste ponto que os níveis de açúcar no sangue excedem um certo limite e você pode ser diagnosticado com diabetes tipo 2.

Mas, como vamos mostrar logo abaixo, a culpa desse ganho de peso não é do hormônio e, sim, de alguns hábitos diários ruins que não favorecem sua saúde, metabolismo e queima de gordura.

O que causa resistência à insulina?

Muitos fatores contribuem para a resistência à insulina, entre eles o aumento dos níveis de gordura corporal decorrente do consumo em excesso de calorias.

Muitos especialistas defendem que o ganho de peso é um problema decorrente de um desbalanço hormonal, justamente quando o corpo produz quantidade elevada de insulina e, esse hormônio, manda uma mensagem para armazenamento de energia em forma de gordura.

Picos e quedas bruscas de insulina contribuem com esse processo, como no casso do consumo excessivo de carboidratos de alto índice glicêmico (IG) ou açúcar.

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Essa alteração tem forte relação com a adiposidade corporal. A gordura visceral, a perigosa gordura da barriga que se acumula ao redor de seus órgãos, por exemplo, pode liberar muitos ácidos graxos livres no sangue, bem como hormônios inflamatórios que impulsionam a resistência à insulina.

Embora essa condição seja mais comum entre aqueles com excesso de peso, pessoas com peso baixo ou normal também estão suscetíveis. Outras causas potenciais de resistência à insulina incluem:

  • Frutose: a alta ingestão de frutose (de açúcar adicionado, não de frutas);
  • Inflamação: o aumento do estresse oxidativo e a inflamação corporal;
  • Inatividade: a atividade física aumenta a sensibilidade à insulina, enquanto a inatividade causa resistência à insulina;

Microbiota intestinal: evidências sugerem que uma interrupção no ambiente bacteriano em seu intestino pode causar inflamação que exacerba a resistência à insulina e outros problemas metabólicos.

Além disso, fatores genéticos e sociais podem ser contribuintes para o aumento da resistência à insulina.

Identificando e tratando a resistência insulínica

A resistência à insulina normalmente não provoca sintomas claros, mas seu diagnóstico pode ser feito por meio de alguns exames laboratoriais, tais como:

  • Exame de glicose em jejum: avalia os níveis de glicose após um período de 8 a 12 horas de jejum;
  • Teste oral de intolerância à glicose (TOTG): também conhecido como exame da curva glicêmica, mede o valor da glicose após a ingestão de cerca de 75g de um líquido açucarado;
  • Índice de HOMA: avalia a relação entre a quantidade de açúcar e a quantidade de insulina no sangue.

Já o tratamento de casos confirmados de resistência a glicemia deve ser orientado pelo profissional que acompanha o paciente, pois este oferecerá as opções mais efetivas para reversão do quadro.

Para quem deseja evitar essa condição de pré-diabetes e outras doenças crônicas, é indicado iniciar algumas mudanças de hábitos, começando pela realização de uma dieta equilibrada focada no baixo consumo de carboidratos.

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Além disso, praticar atividade física regularmente, ter noites de sono de qualidade e reduzir os níveis de estresse no dia a dia, podem ser significativos no controle e tratamento da resistência insulínica e até dispensar o uso de medicamentos.

Diferença entre resistência e sensibilidade insulínica

Por fim, precisamos esclarecer que a resistência à insulina e a sensibilidade à insulina são duas faces da mesma moeda. Se você tem resistência à insulina, você tem baixa sensibilidade à insulina. Por outro lado, se você é sensível à insulina, você tem baixa resistência à insulina.

Deu para entender? No segundo caso, diz sobre o quão responsiva suas células são ao efeito deste hormônio, reduzindo o risco de muitas doenças, incluindo a diabetes.

Cultivar um estilo de vida saudável, escolher hábitos que estimulam a sensibilidade insulínica e, acima de tudo, desenvolver uma rotina alimentar de bem-estar e alta performance são todos ótimos aliados para aumentar sua sensibilidade insulínica.

 

Autor:
Caffeine Academy