10 de setembro de 2020
Carnaval em equilíbrio: saiba como amenizar os efeitos do álcool

by:Caffeine Academy

Durante os períodos festivos do ano, como o carnaval, há um aumento significativo do consumo de álcool para fins recreativos. Não há nada de mal nisso, desde que a diversão esteja associada a equilíbrio e a boas escolhas, claro!

O ideal é optar por bebidas menos calóricas e adotar medidas de consumo mais conscientes!

Se liga nessas 6 dicas que separamos para você reduzir os efeitos negativos do álcool no seu organismo e aproveitar o carnaval da melhor forma possível!

1. Hidrate-se

O etanol causa um efeito agudo nos mecanismos de balanço hídrico no organismo. Ele inibe a liberação do hormônio antidiurético (ADH) na neuro-hipófise, resultando em menor reabsorção da água pelos rins e, consequentemente, em maior micção e urina mais diluída. Isso explica porque a frequência com que você urina quando bebe é maior que a habitual. 

Este é o principal mecanismo de desidratação gerado pelo álcool. Dessa maneira, afim de evitar esses efeitos, é essencial aumentar a ingesta hídrica ao longo do dia, antes de começar a beber, e intercalar ambas as bebidas –álcool e água- durante o consumo.

O bebedor não habituado limpa o etanol da corrente sanguínea a uma taxa aproximada de 15 a 20 mg / dL por hora. Já os que fazem uso crônico, podem liberar etanol a uma taxa de 25 a 35 mg / dL por hora, ou até mais rápido em alguns casos. 

A taxa de eliminação depende também de variáveis como peso, altura, idade, gênero, velocidade do metabolismo dos indivíduos, quantidade de alimentos ingerida, uso de medicação, estado de saúde do fígado e tipo de álcool consumido. 

Assim, dependendo da quantidade de álcool ingerida, ele pode permanecer na corrente sanguínea durante muitas horas, sendo essencial uma ingesta hídrica adequada, inclusive no dia seguinte após o consumo de bebidas alcoólicas.

2. Evite a co-ingestão de outras substâncias

Drogas simpatomiméticas, opióides, benzodiazepínicos, barbitúricos e energéticos podem tanto antagonizar quanto potencializar os efeitos do álcool. Como exemplo importante, o uso de álcool misturado com bebidas energéticas tem aumentado, e o efeito dessas substâncias, quando combinadas, pode resultar em um quadro complexo.

Nossos neurotransmissores -substâncias responsáveis pelas trocas de mensagens entre as células cerebrais- estão divididos em dois grupos: excitatórios, quando estimulam a atividade elétrica do cérebro, ou inibitórios, quando a reduzem. Assim que chega ao cérebro, poucos minutos depois de ser ingerido, o álcool começa a agir sobre os neurotransmissores.

O etanol aumenta os efeitos do ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor inibitório, ao mesmo tempo que inibe o glutamato, neurotransmissor excitatório, suprimindo seus efeitos estimulantes e levando a um tipo de retardamento fisiológico. Ou seja: o álcool aumenta simultaneamente o tônus ​​inibitório e inibe o tônus ​​excitatório, atuando diretamente como depressor sobre o sistema nervoso central (SNC).

Quase ao mesmo tempo, ele também aumenta liberação de serotonina, neurotransmissor que regulariza o prazer e o humor. Com mais serotonina, mais euforia – e, em alguns casos, atitudes que podem resultar em atos violentos.

Dependendo da quantidade ingerida e da química cerebral de cada pessoa, o relaxamento inicial pode dar lugar à sonolência ou, em certos casos, a muita agressividade. A partir do momento em que o consumo aumenta, ele pode agir não só no sistema de relaxamento, controlada pelo GABA, mas em outros sistemas do cérebro.

A cafeína, em contrapartida, é um estimulante do SNC presente em bebidas energéticas. O que acontece é que ela antagoniza efeitos do álcool temporariamente, camuflando os sintomas depressores. Logo, as duas substâncias, quando consumidas juntas, fazem com que o indivíduo não demonstre clinicamente os efeitos depressores de maneira gradativa, e acabe rebaixando o nível de consciência subitamente ou de maneira muito mais rápida. 

Isso dificulta o diagnóstico precoce da intoxicação alcoólica e, consequentemente, retarda o seu tratamento imediato. Estudos comprovam que os jovens que consomem bebida energética tem uma prevalência significativamente maior de consequências relacionadas ao álcool.

Outro exemplo é o uso concomitante de álcool com benzodiazepínicos. Ambos são depressores do SNC, portanto, o risco do indivíduo evoluir com rebaixamento do nível de consciência e parada respiratória é significativamente maior quando se associa estas duas drogas.

3. Beba pouco e devagar

É preciso ter parcimônia. Assim, o corpo processa o álcool de forma mais lenta. Se você não estiver pronto para outro drink, saiba a hora de parar. Nunca é demais pedir um isotônico ou um copo d’água para recarregar as energias. Isso ajudará a reduzir o número de unidades de álcool ingeridas e, claro, evitar a ressaca.

4. Coma antes de beber

O etanol é um álcool solúvel em água que atravessa rapidamente as membranas celulares e a sua absorção acontece através do trato gastrointestinal, sendo 20% dele absorvido no estômago e 80% no intestino. Quando o estômago está vazio, a absorção do etanol é mais rápida e os níveis máximos de álcool no sangue são atingidos entre 30 e 90 minutos após a ingestão.

Assim, o ideal é se alimentar antes de começar a beber, para que a absorção aconteça de forma mais lenta. Um estudo revelou que os indivíduos que ingeriram álcool após uma refeição que incluía gordura, proteína e carboidratos absorveram o álcool cerca de três vezes mais lentamente do que quando consumiram álcool com o estômago vazio.

5. Escolha as bebidas com cuidado

Para manter a dieta sem deixar de aproveitar, o melhor é o optar por bebidas menos calóricas. Bebidas transparentes, como vodca, saquê, gin, vinho branco, espumante e cervejas claras, são melhores que cervejas escuras, licor, uísque e vinho tinto.

Outra dica de ouro é diluir o drink em água gaseificada ou água de coco.

Lembre-se que as bebidas alcoólicas, no geral, contêm uma grande quantidade de calorias (o álcool contêm 7,1 kcal/g), principalmente se vierem acompanhadas de frutas e açúcar, ou de leite condensado, no caso das batidas. Assim, é interessante dispensar esses aditivos afim de reduzir a carga glicêmica e a quantidade de calorias sem valor nutricional (calorias vazias) ingeridas.

6. Atenção aos snacks

Outro ponto que merece atenção é que o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente em eventos festivos com amigos e familiares, é um convite tentador para comer snacks calóricos e gordurosos. É quase um combo: pegue um, leve o outro.

É claro que as exceções fazem parte e o equilíbrio é a chave da nossa saúde mental.

Mas o ideal é treinar a sua mente para um consumo consciente! Somos criaturas de hábitos. Ações repetidas incansavelmente tornam-se hábitos, algo totalmente diferente e muito mais leve do que a obrigação. Opte por snacks mais saudáveis, o mercado está cheio de opções! 

Chips de batata doce, grão de bico crocante , croquete de cenoura, caponata italiana,  falafel assado e sushi sem arroz são algumas opções. Ou, simplesmente, não associe bebida à comida de forma indiscriminada e evite petiscar muito enquanto bebe.

Fazer boas escolhas, nesse contexto, faz-se importante, pois o álcool é um xenobiótico -composto químico estranho que pode ser encontrado num organismo, mas não é produzido nem esperado existir nele- e o nosso fígado trabalha dobrado para eliminá-lo do organismo, já que mais de 90% do álcool absorvido é eliminado por ele (o restante é excretado sem modificações na urina, suor e respiração).

Uma vez que o fígado é responsável por inúmeras funções no nosso metabolismo, quando ele está “ocupado demais” tentando eliminar o álcool, algumas das suas funções habituais- dentre elas mediar lipólise e oxidação de gorduras- ficam em “stand-by”, pois a sua prioridade é eliminar o etanol do organismo.

Assim, consumir calorias extras provenientes do álcool, principalmente sem o apoio do fígado para ajudar no processo de queima de gordura, leva a um aumento da adiposidade corporal.

Para quem busca definição muscular e emagrecimento, a melhor opção, portanto, é não ingerir bebidas alcoólicas. Caso esta não seja uma opção para você, beba com moderação e aproveite as dicas para fazer boas escolhas. O que você não deve é deixar de aproveitar a folia com os amigos e as pessoas que ama!

 

Autor:
Caffeine Academy