19 de outubro de 2020
Como o Método Wim Hof pode melhorar a resposta inflamatória

by:Caffeine Academy

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Já se imaginou correr uma meia maratona acima do Círculo Polar Ártico descalço? Ou ficar imerso em cubos de gelo por mais 1 hora? Parece loucura, mas o chamado "The Iceman”, autor do Método Wim Hof - que leva seu nome, conquistou todos esses feitos.

Ao longo de décadas de autoexploração e estudos científicos, Wim Hof desenvolveu um método próprio para estimular processos fisiológicos de sobrevivência, como o controle da inflamação, a fim de restaurar o contato com seu poder interior.

Segundo Wim, o objetivo principal do seu método é catalisar todo o potencial humano, contemplando o corpo e a mente, através de três pilares:

  • Exposição ao frio;
  • Técnicas de respiração;
  • Comprometimento.

A integração desses pilares visa melhorar a saúde física e mental, promovendo benefícios como: melhora do metabolismo, aumento da resposta anti-inflamatória, alívio de doenças autoimunes, alívio de dores de cabeça, melhor qualidade de sono e aumento da energia.

Tantos benefícios conquistados por simples práticas gerou desconfianças da comunidade científica. Com isso, universidades de todo o mundo se interessaram pela investigação da eficácia do método. Confira abaixo dois grandes achados.

A ciência do Método Wim Hof e os efeitos na inflamação

Uma das pesquisas mais promissoras, publicada em 2014, no site da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostra que o sistema nervoso simpático (SNS) pode ser ativado voluntariamente após as atividades que integram o Método Wim Hof.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores montaram dois grupos com voluntários. O grupo de intervenção recebeu um treinamento de dez dias que incluía meditação, técnicas de respiração e exposição ao frio. O grupo de controle não foi treinado.

Ao fim do estudo, os participantes treinados tiveram sintomas de gripe reduzidos, níveis mais baixos de mediadores pró-inflamatórios e níveis elevados de adrenalina no plasma. Isso comprovou ser possível ativar voluntariamente o SNS, que é o responsável por garantir que o corpo responda a situações de medo, estresse e excitação.

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O estudo mais recente sobre o Método Wim Hof, com data de publicação em abril de 2020, dá continuidade à pesquisa de 2014. O seu objetivo era verificar se o método era capaz de influenciar no metaboloma plasmático. Ficou complicado? Calma, vamos explicar!

O termo metaboloma refere-se ou conjunto de metabólitos de um organismo, isto é, os produtos finais dos processos celulares (ex: respiração celular, nutrição, meiose, etc.). Esses processos contemplam tudo o que é necessário para sobrevivência do organismo.

No estudo em questão, novamente, dividiu-se os voluntários em dois grupos. Após 10 dias, o grupo de intervenção e o grupo de controle foram submetidos à endotoxemia experimental, que consistiu na administração intravenosa de endotoxina de Escherichia coli, seguindo todos os procedimentos de segurança.

A confirmação da hipótese

Ainda durante o exercício de respiração, os indivíduos treinados mostraram concentrações elevadas de lactato e piruvato. Já após a infecção induzida, como esperado, eles apresentaram sintomas típicos de gripe, febre e alterações hemodinâmicas.

Os pesquisadores conseguiram confirmar a hipótese inicial ao percebem que as concentrações dos dois metabólitos (lactato e piruvato) se correlacionavam com os níveis aumentados da citocina anti-inflamatória IL-10.

A IL-10 é uma potente citocina anti-inflamatória que age  na resposta imunitária do hospedeiro contra agentes patogênicos. Essa substância ainda regula crescimento de células de defesa, como linfócitos B, granulócitos e neutrófilos, e tem potencial para tratar doenças autoimunes e infecções por HIV.

Algumas atividades do Método Wim Hof, como a exposição ao frio, deve ser realizada com cautela. Entretanto, você pode melhorar sua resposta imunológica através de práticas simples e cuidados com a alimentação.

Autor:
Caffeine Academy