23 de março de 2021
O papel da alimentação na saúde mental

by:Caffeine Academy

O que você vai ler aqui:

Que a alimentação é o principal pilar para manter nosso corpo em pleno funcionamento não é novidade para ninguém. Mas, além de nos oferecer uma melhora no desempenho físico, nossos hábitos alimentares também são importantíssimos quando o assunto é saúde mental.

Você pode não pensar nisso quando está comendo uma fruta ou uma pizza, mas grande parte do potencial da nossa mente é impactado pelo que ingerimos, por isso a necessidade de manter uma alimentação saudável e equilibrada não pode ser subestimada.

Seu raciocínio, humor, sentimentos e até mesmo o desenvolvimento de patologias mentais estão relacionados a comida, isso porque uma alimentação inadequada pode causar ou agravar sérias condições de saúde devido a inflamação cerebral e é sobre isso que vamos falar aqui!

Como a má alimentação influencia na saúde mental

Há quase 100 anos, a americana Ellen G. White escreveu a seguinte citação no seu livro “Counsels on Health” (Conselhos Sobre Saúde - 1923):

“Qualquer hábito que não promova o perfeito funcionamento saudável do organismo humano degrada as mais elevadas e nobres faculdades. Os maus hábitos no comer e beber conduzem a erros no pensamento e ação. A condescendência com o apetite fortalece as tendências animais, dando-lhes ascendência sobre as faculdades mental e espiritual.”

Muito tempo se passou, mas a sociedade moderna ainda possui muitos hábitos nocivos a própria saúde. De um modo geral, costumamos pensar que os malefícios desse hábito estão atrelados apenas ao aumento do peso, vulgo a aparência estética.

Mas, não! Nesse caminho inimigo da boa forma, ainda há uma doença silenciosa se espalhando lentamente pelo seu corpo através do consumo regular de alimentos com altas propriedades inflamatórias, que vamos listar logo abaixo.

Basicamente, tudo que compõe nosso corpo tem uma tendência a inflamar por diferentes causas. Quando seu corpo reconhece algo estranho - como uma bactéria invasora ou um produto químico, seu sistema imunológico é ativado e então, em resposta, nosso corpo tenta se defender gerando resposta inflamatória.

Post relacionado: Práticas e alimentos anti-inflamatórios

As inflamações, especialmente as crônicas, podem alterar a produção de dopamina, neurotransmissor responsável por levar informações para várias partes do corpo e, quando liberado, provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação.

Assim, uma alimentação desregrada (vulgo, rica em alimentos inflamatórios) pode vir acompanhado da falta de ânimo, de um estado depressivo, do déficit no aprendizado e na capacidade de atenção.

Isso significa que, a forma como o sistema imunológico reage a essa inflamação estão ligadas as nossas emoções e os processos cognitivos. Estando também relacionada a distúrbios neurológicos e psiquiátricos como doença de Parkinson, esquizofrenia ou TDAH, por exemplo.

Alimentos que prejudicam sua saúde mental

Como sempre falamos, você é o que come e isso diz muito sobre a sua performance no dia a dia. A ação inflamatória dos alimentos se manifesta por meio de alguns sintomas e sensações que podem diminuir significativamente sua produtividade e, nos casos mais graves, afetar sua saúde mental.

Entre os principais alimentos que causam inflamação, destacam-se:

  • Alimentos fritos;
  • Refrigerantes e bebidas alcoólicas;
  • Produtos ricos em conservantes e açúcar refinado;
  • Derivados de carne: linguiça, salame, salsicha, presunto e bacon;
  • Glúten: pães, bolos, pizzas e massas em geral preparadas com farinha branca.

A lista é grande, mas para resumi-la melhor, lembre-se das prateleiras dos supermercados e da vasta disponibilidade de alimentos industrializados cheios de aditivos ou proteínas que não temos capacidade de digerir.

A partir daí você já pode pensar em tudo que não deve – ou não deveria – estar no seu carrinho de compras.

Importância da alimentação anti-inflamatória

 

Alterações de humor, ansiedade, depressão e outras condições neuropsiquiátricas estão cada vez mais presentes ao nosso redor, mas você associou esses distúrbios que afetam o bem-estar psicológico a uma dieta pobre em micronutrientes?

Diversas pesquisas na área de psiquiatria nutricional se dedicam a estudar os nutrientes e seus efeitos sobre a saúde mental, dando importante destaque para a relação intestino-cérebro, muito por causa da microbiota intestinal, apontada como um ponto-chave nas respostas ao estresse e aos transtornos afetivos.

Post relacionado: Intestino: o seu segundo cérebro

Um estudo feito no I Encontro Regional de Psicologia do Cesumar, do Centro Universitário de Maringá, afirmou que a nutrição como fator preventivo de doenças e manutenção do estado de saúde tem se mostrado fundamental em vários campos de pesquisa, de cunho individual e populacional. Segundo as pesquisadoras:

“Se por um lado, a ausência de determinados alimentos na dieta pode contribuir para deixar o indivíduo cabisbaixo, a presença de outros pode potencializar estresses, ansiedades e depressões. Os alimentos com alto teor de colesterol e gorduras saturadas desequilibram a flora intestinal, alterando a produção do hormônio e gerando a constipação característica do estresse. Além disso, um intestino que não está saudável promove uma absorção insuficiente dos nutrientes, e ainda pode causar a resistência à insulina e gerar doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras.”

Então, podemos concluir que a alimentação tem interferência direta nos sentimentos e emoções. A ação dos neurotransmissores no cérebro afeta pensamentos, sentimentos, saúde e comportamentos. Os níveis deles aumentam ou diminuem, mudando as emoções.

Apesar de extremamente preocupante, a prevenção desse quadro patológico pode ser feita de forma mais simples do que você imagina: da boca para dentro! A receita mágica está na simples mudança dos hábitos alimentares.

Iniciar ou manter uma dieta anti-inflamatória, por exemplo, combate doenças e melhora a imunidade, equilibrando seu organismo de forma natural. Ela consiste no consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, a fim de restabelecer o equilíbrio e as defesas naturais do corpo sem o uso de medicamentos.

Combatendo a ansiedade e a depressão com a alimentação

Para terminar este conteúdo, vamos focar na parte prática: definir o que podemos fazer para termos uma alimentação de qualidade e que faça bem para a nossa saúde mental.

O lado bom dessa história é que não precisamos mudar completamente nosso cardápio, pois a receita funcional aqui é: eliminar alimentos processados e apostar no in natura!

Uma alimentação rica em opções integrais, frutas, legumes, verduras, leguminosas, nozes, óleos e gorduras saudáveis, fornece os nutrientes que o cérebro precisa para trabalhar em alta performance e ajuda a promover a saúde mental.

Alinhada a essa mesma lógica, evitar produtos ricos em açúcar, conservantes, gordura hidrogenada e com excesso de sódio também são essenciais para aproveitar uma vida com qualidade, saúde, bem-estar e longeva.

Uma boa dica para alinhar esta rotina alimentar funcional é apostar na dieta mediterrânea, que entre outros alimentos, inclui produtos frescos com gorduras saudáveis, como azeite de oliva, e proteínas de alta qualidade, como os peixes selvagens.

Por fim, separamos uma lista com os principais alimentos capazes de prevenir ou melhorar os sintomas de alguns problemas de saúde mental, garantindo uma melhor...

11 alimentos anti-inflamatórios para sua rotina de bem-estar

  1. Óleos vegetais: azeite de oliva extra virgem;
  2. Sementes e grãos integrais: linhaça, gergelim;
  3. Peixes ricos em ômega 3: salmão, atum, arenque, sardinha, cavalinha;
  4. Oleaginosas: castanhas, nozes, amêndoas, chia, linhaça, feijão, ervilha;
  5. Frutas ricas em vitamina C: laranja, kiwi, acerola, limão, goiaba, tangerina, maracujá, caju, melão, mexerica, mamão, morango, acerola;
  6. Legumes e vegetais: gengibre, couve-flor, nabo, rabanete, repolho, cenoura, abóbora, espinafre, rúcula, brócolis, agrião, escarola e couve;
  7. Chás de ervas: chá-verde, chá de alecrim, chá de gengibre, chá de erva doce;
  8. Ácidos graxos monoinsaturados (ômega 9): azeitona, abacate, castanhas, nozes;
  9. Alho e cebola: possuem grande quantidade de antioxidantes e anti-inflamatórios;
  10. Gengibre: rico em vitaminas C, B6 (piridoxina) e com ação bactericida, auxilia no fortalecimento do sistema imunológico;
  11. Inhame: aumenta as defesas do organismo, tem ação anti-inflamatória, rico em vitamina C, complexo B, ferro, magnésio, betacaroteno tem ação antioxidante ajudando a eliminar toxinas do corpo como micro-organismos e inflamações.

Alimentação saudável é sinônimo de qualidade de vida, isso quer dizer que a combinação correta dos alimentos que integram sua dieta pode melhorar significativamente suas funções cerebrais, aumentar os níveis de energia, promover uma melhor memória, além de lhe dar maior poder sobre as suas emoções.

Nutra seu corpo e sua mente de coisas boas! E sempre que precisar de uma dose extra de tudo que falamos até aqui, conte com o SuperCoffee.

 

 

Autor:
Caffeine Academy