23 de agosto de 2021
Hipoglicemia reativa: o que é, sintomas e como evitar

by:Caffeine Academy

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Os hábitos alimentares atuais têm sido um dos principais contribuintes para o crescimento dos índices de problemas de saúde no Brasil, entre eles a diabetes. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 52% dos adultos receberam diagnóstico de pelo menos uma doença crônica em 2019. [1]

O aumento do consumo de carboidratos refinados pode ser um grande responsável pela alteração do bom funcionamento do organismo, desencadeando reações negativas que vem afetando o bem-estar de grande parte da população.

Falta de energia, cansaço excessivo, ansiedade, tontura, sudorese, irritabilidade, confusão mental ou nervosismo, são condições frequentemente vivenciadas por pessoas que não mantém uma dieta saudável e balanceada, e esses sintomas podem ser um sinal de hipoglicemia.

Contudo, existem dois tipos de hipoglicemia: a hipoglicemia de jejum e a hipoglicemia reativa. A diferença entre elas é simples: a de jejum ocorre antes das refeições e a pós-prandial ocorre após as refeições, e é sobre o segundo caso que vamos abordar.

O que é hipoglicemia reativa?

A hipoglicemia reativa, também conhecida como hipoglicemia pós-prandial, se trata de uma condição caracterizada pela diminuição dos níveis de glicose no sangue até quatro horas após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos. 

Em outras palavras, ela ocorre como resultado do desequilíbrio entre os níveis de glicose e de insulina no sangue, podendo afetar pessoas que sofrem ou não de diabetes. 

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No entanto, esse tipo de reação é rara. Em alguns casos, pessoas com níveis normais de glicose no sangue apresentam sintomas que podem ser confundidos com hipoglicemia, o que pode dificultar ou confundir o diagnóstico. 

Sintomas da hipoglicemia reativa

Os principais sintomas da hipoglicemia reativa são:

  • fadiga (cansaço extremo);
  • sensação de fraqueza;
  • confusão mental
  • tremores;
  • dores de cabeça e enxaquecas;
  • tonturas;
  • desmaios;
  • instabilidade emocional;
  • sudorese;
  • insônia;
  • inquietação;
  • ansiedade e irritabilidade;
  • aumento do apetite;
  • redução da memória;
  • sonolência;
  • quadros de depressão;
  • entre muitos outros.
 

Principais causas da hipoglicemia reativa

Considera-se que a principal causa da hipoglicemia reativa seja a presença de níveis elevados de insulina no sangue após uma refeição com excesso de hidratos de carbono, porém os mecanismos que podem causar um aumento da atividade do pâncreas ainda não são totalmente conhecidos. 

Algumas das hipóteses consideradas como causa da hipoglicemia reativa são:

  • insuficiência de enzimas específicas que metabolizam os alimentos (como, por exemplo, a ausência da enzima necessária para a metabolização da frutose);
  • determinados tipos de cirurgia gástrica, como a cirurgia de bypass gástrico (cirurgia bariátrica);
  • insulinoma, um tumor endócrino do pâncreas que produz insulina independentemente da glicemia.

Outra das hipóteses apresentadas seria uma insuficiência de secreção de glucagon, quadros de pré-diabetes (onde a produção de insulina já está prejudicada), problemas de má alimentação, algumas doenças hormonais, assim como o uso de alguns medicamentos para o controle de diabetes, que podem gerar um quadro de hipoglicemia quando utilizados de forma incorreta.

Hipoglicemia em pessoas sem diabetes

A hipoglicemia costuma ser mais comum em pessoas com diabetes, mas pode acontecer também em pessoas que não têm diabetes. Essa última condição é muito mais rara, mas vem sendo observada cada vez mais frequentemente devido ao aumento do número de pessoas submetidas à cirurgia bariátrica.

É possível que os sintomas de hipoglicemia estejam presentes na ausência de níveis baixos de glicose, mas se não houver confirmação de glicemia baixa, o diagnóstico de hipoglicemia não pode ser dado.

Como obter um diagnóstico correto?

A presença de um ou mais sintomas não são suficientes para garantir um diagnóstico preciso da hipoglicemia reativa, já que eles também podem estar relacionados a outras doenças. 

Assim, para que uma pessoa sem diabetes seja diagnosticada com hipoglicemia reativa, é preciso ser considerada a tríade de Whipple, no qual a pessoa deve apresentar os seguintes fatores para que seja concluído o diagnóstico:

  • sintomas de hipoglicemia;
  • concentração de glicose no sangue medida em laboratório inferior a 50 mg/dL;
  • reversão ou melhoria desses sintomas com a elevação da glicemia.

Desta forma, é preciso que ocorra uma avaliação completa para que não seja realizado um tratamento errado para o problema. Observar o histórico clínico detalhado e os hábitos alimentares e relação temporal entre os sintomas e as refeições, também pode ser um ponto relevante na hora de se obter o diagnóstico.

Como evitar a hipoglicemia reativa

A adesão de alguns hábitos podem ajudar no tratamento e no controle deste tipo de hipoglicemia, o principal deles está relacionado à rotina alimentar. Um paciente com hipoglicemia reativa deve ter uma dieta controlada, com redução da ingestão de carboidratos refinados e de alimentos que tenham alto índice glicêmico (IG).

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Além disso, seus hábitos alimentares devem evitar o consumo de doces, do açúcar branco, chocolates com baixo teor de cacau, arroz branco, cereais açucarados, pão francês, pão de forma branco, bolos e massas feitos com farinha branca, salgados, biscoitos, sucos concentrados, refrigerantes, bebidas alcoólicas, achocolatados, entre outros alimentos.

Por fim, pode-se incluir carboidratos saudáveis e alimentos de baixo índice glicêmico, especialmente os ricos em fibras que ajudam no controle da liberação da insulina pelo pâncreas, entre eles: 

  • grãos;
  • hortaliças;
  • queijo branco;
  • iogurte natural;
  • cereais integrais;
  • legumes e verduras: brócolis, couve-flor, batata-doce, tomate, ervilhas, repolho, couve, espinafre;
  • frutas: mamão, banana, morango, laranja, maçã, pera, ameixa, amora e kiwi.

Além do aumento da ingestão de fontes de proteínas saudáveis, como as carnes, peixes, aves, entre outros. Com a redução da quantidade de carboidratos refinados ingeridos, há um menor estímulo à produção de insulina, ajudando na manutenção das taxas de glicemia na corrente sanguínea.

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Outra dica importante para incluir nos hábitos é a redução de bebidas alcoólicas e prática regular de atividade física, ambos são significativamente importantes no controle das taxas de glicemia no sangue e na busca por uma rotina com qualidade de vida.

Autor:
Caffeine Academy