13 de maio de 2021
A relação entre brain fog e o isolamento social

by:Caffeine Academy

Há mais de 1 ano estamos vivendo uma experiência não planejada e nunca antes imaginada. O período de isolamento social tem se mostrado altamente delicado quando o relacionamos com a saúde mental humana.

A ausência do convívio social, não é algo fácil de lidar. E mesmo quem gostava de estar sozinho, se viu diante de uma situação bastante diferente e arrasadora, ao ser obrigado a viver longe de tudo e todos que sempre fizeram parte de sua rotina.

Com a pandemia do coronavírus, a solidão atingiu níveis epidêmicos e se tornou objeto de estudo em diversos cantos do mundo. Um estudo realizado pela empresa norte-americana Cigna mostrou que estar sozinho por um longo período pode trazer complicações para o bem-estar físico e mental.

Isso porque, é da nossa própria natureza conectar-se e pertencer. No momento em que precisamos ir contra isso, sem qualquer preparo prévio, batemos de frente com as disfunções, desde no nível biológico até nas relações sociais como um todo.

Desta forma, fica claro que as “doenças indiretas” causadas pela presença do vírus possuem um impacto tão grande quanto o risco de contágio em si, já que afeta significativamente nossas funções cerebrais.

Neurocientistas publicaram um artigo no jornal britânico “The Guardian” no qual explicaram porque o termo popular em inglês “brain fog” (névoa cerebral) está sendo frequentemente usado e o quando isto é preocupante para nós.

Brain frog durante o isolamento social

Em resumo, brain fog se trata de sintomas relacionados a menor capacidade cognitiva, memoria e de processamento de informações. A mesmice de uma vida isolada, atrelada ao bombardeio de novas informações (muitas delas negativas), tem afetado nosso desempenho mental.

Quem, neste período de isolamento social, não teve algum momento em que sentiu certa dificuldade para pensar de forma mais clara, focar a atenção em uma coisa ou lembrar de quando aconteceu algo recente?

Isso pode até parecer “normal”, uma pequena falha da mente em um momento ou outro do dia a dia, mas também pode ser um claro sinal de brain fog em decorrência desse longo período lidando com um ambiente inteiramente nosso.

Isso coloca o nosso cérebro em estado de alerta, e também indica que o resto do nosso corpo está neste mesmo estado de alerta, resultando em altos níveis de estresse e desgaste do organismo.

Embora a saúde emocional seja, de alguma forma, mais difícil de rastrear e qualificar, nos apegamos ao fato de que situações estressantes podem ser amenizadas com o apoio de familiares e amigos, o que torna essa solidão necessário para o bem da saúde geral, muito mais difícil nos levando a um declínio mental.

 

Como a solidão contribui para a névoa mental

Estudos relataram que a solidão causada pelo isolamento social pode ser um bom causador do declínio cognitivo acelerado, contudo a relação entre a solidão e os problemas de saúde ainda não é completamente compreendida.

Mas, acredita-se que o desenvolvimento do sentimento de depressão faz com que as pessoas deixem de se cuidar, resultando na prática de péssimos hábitos como a má alimentação, falta de sono, sedentarismo e ansiedade.

E todas as ações citadas acima são causadores da assustadora névoa do cérebro, um sintoma de ansiedade muito real, muitas vezes também resultado de estresse crônico e prolongado que afeta sua saúde mental.

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No dia a dia, você o experimenta na despersonalização ou desrealização e pode se sentir confuso e incapaz de se concentrar em nada, da mesma forma em que pode ter dificuldade para se lembrar das coisas. Realizar suas tarefas diárias pode ser muito difícil e você também pode sentir fadiga.

Desta forma, precisamos afastar a visão tradicionalista de ter a mente e o corpo separados, operando de forma independente. Uma vez que seu organismo não funciona ou reage bem, sua mente segue os mesmos padrões, e vice-versa.

Seus pensamentos, sentimentos e intuições estão todos interconectados com sua biologia, em um diálogo constante para moldá-la para melhor ou para pior. E é claro que as conexões têm um impacto benéfico imenso em nossa saúde, assim como a falta delas, sem dúvida, nos causa efeitos negativos.

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Contudo, neste momento o autogerenciamento destes sentimentos se faz necessário. A vida cotidiana foi extremamente limitada, então precisamos desenvolver e praticar formas de estimular o cérebro para sair desta “névoa cerebral”.

Investir em uma dieta equilibrada com superalimentos ​​que estimulam a saúde mental é uma ótima forma de começar a combater a brain fog. Encontrar maneiras saudáveis ​​de liberar o estresse, como a prática de exercícios e meditação, também são ótimas maneiras de combater a névoa do cérebro durante esse período de isolamento social.

No blogpost completo de brain fog deixamos muitas outras dicas sobre as causas, sintomas e como evitar esse sentimento de confusão mental sem precisar de grandes alterações na sua rotina.

Lembre-se, seu estilo de vida deixará marcas em sua epigenética. Mude hábitos, tenha disciplina, constância e pacienta, viver sua melhor versão com mais qualidade, saúde e performance só depende de você.

Autor:
Caffeine Academy