26 de outubro de 2020
Prefere café ou chá? A sua genética é que decide!

by:Caffeine Academy

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Que os hábitos alimentares são fatores importantes para ter qualidade de vida, isso certamente você já sabe. A novidade é que a preferência por determinadas bebidas e alimentos, por exemplo, chá e café, pode ser motivada pela genética.

Estudos genômicos são realizados frequentemente para saber se uma doença está relacionada a uma variação genética específica. Em um novo estudo, além do genoma, os pesquisadores do Centro Riken e da Universidade de Osaka, no Japão, analisaram também as preferências alimentares de mais de 160 mil.

Em vez de examinar primeiro as doenças, eles analisaram os hábitos alimentares para saber se existem “riscos” para a saúde em comer habitualmente os alimentos abaixo:

  • Álcool (sempre bebe x nunca bebeu);
  • Bebidas: café, chá verde e leite;
  • Alimentos: iogurte, queijo, natto (soja fermentada), tofu, peixe, vegetais e carne.

O estudo encontrou 10 associações inéditas entre dieta-genoma; quatro relacionadas ao café e três  ao consumo álcool. Você arrisca em dizer quais foram os resultados?

De acordo com Yukinori Okada, cientista sênior da RIKEN, um único nucleotídeo de DNA, no gene ALDH2, está relacionado ao consumo de menos álcool, natto, tofu e peixe e, ao mesmo tempo, mais ingestão de café, chá verde, leite e iogurte.

"Ao estimar diferenças genéticas nos hábitos alimentares de cada um, especialmente o 'risco' de beber álcool, podemos ajudar a criar uma sociedade mais saudável", afirma o pesquisador.

A pesquisa também mostra uma associação inversa entre morte por doenças cardiovasculares e chá verde. Há também uma relação entre o sistema nervoso central (SNC) e iogurte, sugerindo que o seu consumo pode ser impulsionado por motivações comportamentais.

 

A relação entre genética e obesidade

Apesar do estudo japonês não fazer relações entre o consumo dos alimentos e a obesidade, outras pesquisam indicam que múltiplas variantes genéticas estão associadas ao aumento do risco da doença. Isso comprova que obesidade não é falta de força de vontade!

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O cérebro, em especial, desempenha um papel importante na obesidade, pois é ele que regula como o corpo mantém suas necessidades de energia. Esse é complexo processo que envolve neurotransmissores, sinais internos e sinais externos, como a visão e o cheiro dos alimentos.

Agora, cientistas da Universidade de Copenhague descobriram que 26 células cerebrais contribuem para desenvolvimento da obesidade. Elas estão localizadas, especificamente, no hipotálamo, subtálamo, mesencéfalo, hipocampo, tálamo, córtex, ponte e medula.

Apesar de promissora, essa descoberta traz consigo implicações. Isso porque, essas células cerebrais são responsáveis pelo processamento de estímulos sensoriais e direcionam ações relacionadas à alimentação e, ao mesmo tempo, localizam-se em áreas de consolidação da aprendizagem e da memória.

"Nossas descobertas reforçam o crescente corpo de evidências de que a obesidade é muito mais complexa do que se reconhecia anteriormente [...] "O próximo passo é explorar como defeitos em partes do cérebro, tradicionalmente conhecidas por regular a memória e a integração de sinais sensoriais, realmente nos tornam mais vulneráveis”, afirma o pesquisador Tune H. Pers.

Autor:
Caffeine Academy